Para escrever sobre esta obra de Manuel Alegre, temos que partilhar como surgiu a ideia, porque não somos de esconder o que se passa e temos a leviandade de pensar que os melhores pensamentos surgem quando estamos distraídos.
Vimos esta fotografia que escolhemos para acompanhar a obra sobre a qual desejamos falar. Falar, sim, já que nos imaginamos sempre a conversar o que por aqui se escreve. O que é que nos interessou? Muito sinceramente, o facto do cão Mondego estar perdido nos seus pensamentos caninos e nós sentimos inveja desta serenidade que transmite, como quem está a olhar para a paisagem e afirma “Está tudo perfeito!”.
(Foto cedida por Nuno Teixeira)
Em “Cão como nós” (Manuel Alegre) é nos relatado a relação familiar com o cão que não é como o Mondego, visto que é um “épagneul-breton”, mas que tal como o Mondego parece entender as palavras do humano que lhe pertence – já repararam que as relações com os animais não são unilaterais, por isso afirmamos sem medo que os humanos pertencem aos seus animais, desde que ambos se aceitem. As vivências de Kurika são cheias de solidariedade, de proteção, de amizade sem nunca, claro, de ser “cão”. A amizade que se deposita nos animais parece ser irracional e ao mesmo tempo muito cheia de emoções, o que nos faz tão bem.
Para termos momentos como o Mondego e o Kurika, propomos uma canção que descreve a amizade para a qual faltam definições definitivas. Arriscamos com o grupo Kiss e a canção “I was made for lovin’ you” (clicar no título) já que não sabemos quem escolhe quem. A única certeza que existe é o elo de confiança e de lealdade que se sente e não é preciso mais nada. Não acham?