Da Ucrânia para a literatura portuguesa!

Não se pode fazer de conta que o que acontece agora no Mundo não interfere no nosso espaço e que nada do que aconteceu no passado não tenha tido influência nos nossos dias que são o nosso presente. Se a palavra “Guerra” é mais do que uma palavra, neste momento, então temos que nos esforçar para viver a felicidade e alguns de nós até têm que o fazer de forma escondida.

 A obra “Felicidade clandestina” é uma recolha de textos que a autora escreveu ao longo da vida nas décadas de 50 e 60. Os contos têm todos um tom intimista que levam à ilusão de um diálogo intenso em que cada um de nós se revê naquelas histórias inventadas que retratam a vida real.   

 E quem é esta autora? O seu nome é Clarice Lispector (1920-1977) e é tão extraordinária a obra como a sua vida fora das linhas das histórias que criou. Nasceu na Ucrânia, no seio de uma família russa de origem judaica, chegando ao Brasil com os pais na primeira infância. É mais um exemplo que somos um todo e que temos um pouco de todos, por isso conseguimos ser fabulosos.

 “They seem to hate you/ because you’re there” são dois versos da versão dos Smith § Burrows da versão “Wonderful Life” (clicar no título) que podem servir de legenda para os cenários que vemos. Mas, se somos do Mundo que quer paz, é impossível não sentir o que se passa. Somos então clandestinamente felizes e ao mesmo tempo estamos legitimamente tristes.

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