Ficar não é parar…

No fundo do sótão está a mala das viagens que já se fizeram. O pó que a cobre parece indicar que já há muito tempo que não sai daquelas paredes, desanimando qualquer vontade momentânea de fuga ambiciosa e livre.

A mala lá está encostada às decorações de Natal. Dá vontade de baixar os braços de tão deprimente que este cenário é. No entanto, se virarmos as costas e continuarmos a andar com calma, vamos chegar até à estante dos livros onde, por magia ou por desígnio do destino, está o livro “O Esplendor do Mundo” de Gonçalo Cadilhe. Ainda pode haver uma hesitação natural…como é que se compensa o ficar fechado com o abrir deste livro?

As recordações de Gonçalo Cadilhe do nascer do sol nas dunas da Namíbia ao entardecer nas Cinque Terre ou ainda da travessia do Pacífico num cargueiro estão apresentadas através de texto e fotografias do autor. E, quem acredita, se fechar os olhos, consegue transportar-se para aqueles destinos e estar naquelas paisagens. As viagens de Gonçalo Cadilhe transformam-se em memórias partilhadas.

A mala até continua lá num canto, mas a nossa imaginação ganhou umas asas novas que não conseguem parar. Ao som da canção de Tiago Bettencourt, “Viagem” (clicar no título), fica este convite de leitura, porque “Vai, além / Segue vida, segue tempo / Como folha na corrente”.

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